O prazo estabelecido para desocupação da área onde será implantada a Linha 2 do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte é julho deste ano. A região, ocupada por 341 famílias, corresponde à faixa de domínio ferroviário da União e precisa estar completamente liberada para que o projeto avance com segurança e eficiência.
Mais do que uma etapa administrativa, a desocupação tem impacto direto na engenharia da obra. O trecho em questão será utilizado não apenas para a construção das duas vias férreas do metrô, mas também para o realinhamento da linha atualmente operada pela FCA/VLi. Além disso, o terreno passa por pontos com taludes danificados que precisam ser recompostos para garantir a estabilidade da nova estrutura ferroviária.
A permanência das moradias no local, além de impedir o avanço das obras, oferece riscos à segurança dos próprios moradores. O uso de máquinas pesadas, necessário tanto na implantação do leito ferroviário quanto na construção das estações, exige um espaço livre e seguro para circulação de equipamentos e equipes. Esse tipo de operação não é compatível com áreas ainda ocupadas por habitações ou benfeitorias.
Na prática, a permanência das ocupações já afeta o cronograma de execução. Estações como Vista Alegre e Nova Gameleira, que estavam previstas para ter suas obras iniciadas entre fevereiro e março, seguem paradas, aguardando a liberação completa da área.
O acordo para a desocupação foi construído ao longo de negociações conduzidas pelo Centro de Autocomposição do Ministério Público de Minas Gerais (Compor), com participação do Governo de Minas, da Metrô BH, da Seinfra, da Advocacia-Geral do Estado, da Defensoria Pública e dos próprios moradores. A previsão é que os pagamentos de indenizações sejam concluídos no mesmo prazo da desocupação.
A liberação da faixa até julho é uma etapa necessária para dar continuidade ao projeto de expansão do sistema metroferroviário, que prevê sete novas estações e deve melhorar a mobilidade em áreas hoje desassistidas. Trata-se de uma reorganização fundamental para permitir a reconfiguração da infraestrutura ferroviária urbana, com ganhos esperados tanto para o transporte sobre trilhos quanto para a segurança operacional.